Assis Edição Cultural

sábado, 15 de abril de 2023

FELINTO DA SILVEIRA BARROS NÃO MERECE TER PLACA, EM AVENIDA COM SEU NOME, SENDO  RETIRADA DE LOCAL ONDE FOI HOMENAGEADO, VAMOS CONSERVAR A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO. POIS, ASSIS BARROS, EM NOME DA FAMÍLIA, SOLICITA QUE A ATUAL GESTÃO MUNICIPAL (QUE É DOTADA DE SENSIBILIDADE, ATENÇÃO E APREÇO PARA OS FATOS INERENTES AO MUNICÍPIO) REVEJA A SITUAÇÃO, PASSANDO A HOMENAGEAR FELINTO DA SILVEIRA BARROS, COLOCANDO SEU NOME EM ESPAÇO PÚBLICO COMO PRÉDIO, PRAÇA E OUROS DE RELEVÂNCIA, TENDO EM VISTA AS RAZÕES A SEGUIR.

                                         AS PROEZAS DE FELINTO DA SILVEIRA BARROS

 Homem que além de ser agropecuarista, Senhor de engenhos de Cana (Mestre de Caldeira) e Farinha, ter o dom da reza, tinha a habilidade da arte de pedreiro, chegando a participar da construção da sua Casa Grande no Sítio Nevoeiro. 

                    O prestador de serviço na extração de dente. Tinha um alicate, daqueles normais usados em qualquer manutenção. Mas era utilizado na extração de dente, claro que esterilizado com álcool, vinagre etc. Arrancava dente inflamado; “caco de dente”, “de leite”; tanto dos filhos, como de qualquer um que lhe pedia socorro.

                                 A PARTICIPAÇÃO ATIVA NA FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO

Em 1929, os herdeiros de Joaquim Manoel de Barros Lima, entre eles Felinto da Silveira Barros, juntamente com a comunidade, sentindo a necessidade de uma religião reivindicaram a construção de uma capela no povoado, colocando Nossa Senhora da Conceição como a Santa Padroeira.

Felinto da Silveira Barros, sendo um dos herdeiros, administradores da Fazenda (Olho d'Água do Borges), recebeu o convite do padre Francisco Scholz do Convento do Lima, em Patu, para, juntos com os moradores edificarem uma capela (lugar, onde hoje se encontra a nossa Igreja) em frente à casa da Fazenda de Joaquim Manoel de Barros (que tinham ela como a casa de Deus - Casa de Rezar, para a prática da religião católica, num salão ao lado. Casa esta, onde o filho Felinto da Silveira Barros morava, e que eu já a conheci, sendo do Sr. Júlio Fernandes da Costa) e criar também uma pequena feira - local do antigo Mercado Público e Barracâo - para os moradores e circunvizinhos.

Por Felinto da Silveira Barros, ter participado ativamente no processo da fundação de Olho d'Água do Borges; o trabalho dele ao trazer do Lima, em lombo de cavalo, o padre Francisco Scholz, para em 20 de setembro de 1929, celebrar a primeira missa solene, campal, no local onde seria construída a capela de Nossa Senhora da Conceição, e também inaugurar a primeira feira livre (onde hoje se encontra o Centro Cultural - antigo  Mercado Público) que se desenvolveu no barracão e alpendres de palha, com os moradores e as comunidades vizinhas vendendo suas miçangas; pelas apresentações culturais, imitando o mesmo, passando de geração em geração; o fato da criação da sede do Município ter sido em terras da propriedade de Felinto da Silveira Barros, vindo de herança do seu avô Joaquim Manoel de Barros Lima que as comprou de Joaquim Borges da Siqueira, de meados do séc. XIX para meados da década de sessenta (século XIX). 
Felinto Barros encomendou, ali pelo Sítio Borracha, a raiz de um tipo de madeira, própria para fazer imagem religiosa e, logo mandou fazer "desta raiz", a imagem de Nossa Senhora da Conceição  por um Senhor que morava no Sítio Boi Morto, próximo à barragem de Pau dos Ferros, e posteriormente fez doação da Santa Padroeira à capela. Portanto, em virtude de todas essas ações, é que se tem Felinto da Silveira Barros como um dos principais fundadores do Município.

DOS CACIMBÕES

Em 1938, quando a Vila de Olho d'Água do Borges pertencia ao domínio de Patu, a comunidade requereu que fosse feito um cacimbão na várzea (terreno de baixio) de propriedade do Sr. Felinto da Silveira Barros, a fim de fornecer água à comunidade. Felinto já casado, com filhos, resolveu ceder o local, e o povo da Vila em sistema de mutirão perfurou o cacimbão. 

"Na Vila Olho d'Água do Borges, em 1941, a Prefeitura construiu, em excelente local que lhe foi doado pelo Sr. Felinto da Silveira Barros, um cacimbão, com tampa apropriada, que serve de fonte de abastecimento d'água à sua população." (Anfilóquio Câmara, em seu livro Cenários Municipais). Na época então, a Prefeitura de Patu.

                                                                DO PODER DA CURA

FELINTO DA SILVEIRA BARROS – Trazia consigo a vocação espiritual com o poder da cura. Todo ano, na noite de São João era devoção dele, passar à noite toda rezando as pessoas.

Na casa Grande do Sítio Nevoeiro era feita uma fogueira de uns dois metros de altura, com capacidade para queimar à noite inteira. Defronte a esta fogueira, em chamas, era colocada uma cadeira, pegando um pouco o calor da fogueira. A pessoa que acreditava era curada ao sentar-se na cadeira para receber a reza do Sr. Felinto que acompanhado de sua esposa Isaura Evarista de Barros colocavam uma pequena cruz de madeira de uns 10 centímetros por 7 cm sobre a cabeça do suposto ou suposta doente e, derramavam vagarosamente um copo de água bem fria, tirada da “quartinha de barro”, ao mesmo tempo em que Felinto fazia as suas orações, benzendo a pessoa; esta se tremia toda com a água “gelada”, ficava toda molhada e deixava a roupa secar no corpo, mas não reclamava, porque ficava curada com o passar dos dias. As doenças mais frequentes que apareciam nos pacientes eram: asma, bronquite, dores no corpo, espinhela caída e, feitiço (nas crianças).

A meninada toda brincava no terreiro e ao redor da fogueira, inclusive eu; as moças, rapazes, senhores e senhoras, tomavam-se por compadre; crianças eram tomadas como afilhadas; durante a noite eram feitas várias rodadas de café, até janta aparecia para determinadas pessoas.

Chegavam Jipe (Jeep), rural e caminhão carregados de pessoas de várias cidades, como de Rafael Godeiro, Patu, Umarizal, Caraúbas, Almino Afonso, Lucrécia, Martins, Frutuoso Gomes, etc. Muitas mandavam avisar pelas pessoas que iam no ano seguinte, que estavam curadas. Felinto fazia tudo isto sem exigir nenhum pagamento, era por pura vontade, alguns traziam alguma lembrança para ele, mas este não exigia tais recompensas. Todas as pessoas que recebiam a reza do casal, a partir daquele momento tornavam-se afilhadas dele.

Segundo DEDÉ GONZAGA (fato contado em sua casa, sentado em uma poltrona, em junho/2006), uma vez ele (quando jovem) se encontrava em casa (Fazenda Bela Flor) com o queixo muito “inchado” e doendo insuportavelmente. Estava havendo uma grande festa (baile) na região e os pais dele não o deixavam ir a tal evento, apesar do mesmo implorar muito. Então, coincidentemente Felinto chegou à sua casa e viu aquela situação, chamou Dedé Gonzaga e colocou a mão por certo tempo no queixo dele, fez umas orações, e disse ao Sr. Chico Gonzaga e esposa: “Esse menino vai ficar bom e vai para a festa com seus irmãos”. Felinto seguiu viagem e, ao voltar, perguntou sobre o garoto, este apareceu são e salvo, o dente tinha explodido, foi pedaço para todo lado, o queixo desinflamado e, Dedé finalmente foi à festa.

                        A PARTICIPAÇÃO NOS LIMITES DO MUNICÍPIO

Foi delineador das fronteiras do Município, na época da Intendência. (FILHO, Petronilo Hemetério. História do Município de Patu. P. 35, 2ª. ed. 2005).



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